Leituras de verão

julho 31, 2019

Não é que esta seja leitura de verão especificamente, até porque a premissa de um dos livros é que o inverno está a chegar, no entanto achei que seria interessante partilhar estes livros que tenho para ler no momento.
Três livros e uma revista para ser mais concreta.


Todos os links estão no nome das respetivas obras.

Devo dizer que ando desmotivada para ler. Na verdade ando desmotivada até para me levantar, no entanto tenho feito um esforço para ler pelo menos uma ou duas horas por dia. 

Normalmente, leio um pouco em português e depois atiro-me de cabeça para o inglês mais complicado em que já pus a vista em cima.

 Tess of the D'Ubervilles tem sido um desafio ao qual me tenho dedicado todos os dias. É impressionante o quão diferente e mais difícil é, ler em inglês clássico. Estou entusiasmada por terminar este livro, mas tenho saboreado bem a viagem já que é tudo tão nítido na escrita de Hardy.

A Guerra dos Tronos é um esforço da minha parte (que quero mesmo fazer) de entender a paixão de tanta gente, por um mundo criado do zero, o que é algo de louvar. Pode ser que goste mais dos livros, do que dos primeiros episódios da série. Espero conseguir começar e terminar antes da faculdade se intrometer.


Pessoas normais é o mais novo queridinho das prateleiras de qualquer loja que venda livros (é o marketing que faz um livro ou o autor? Estou com altas expetativas.)Não sei bem o que dizer sobre o livro, apenas que li na diagonal a contracapa e fiquei com um bichinho a roer-me a cabeça para o comprar... na verdade foram as palavras "um futuro clássico da literatura" que me venderam. Não leio um bom romance há pelo menos dois anos e tenho esperança que seja este.

Por fim, não andasse eu a estudar jornalismo comprei uma revista que já andava a namorar desde maio. Leonardo Da Vinci, vida, obra e legado do génio universal. De vez em quando, no quiosque à frente do metro no marquês surgem estas revistas maravilhosamente interessantes da National Geographic, para as quais gosto de ficar a olhar.
E o Leonardo Da Vinci acompanha-me desde que me tomo por gente. Literalmente a minha avó tem uma cópia super antiga da Mona Lisa (deve ter um metro e cinquenta por sessenta) e desde que sou pequena que me lembro da fascinação pela velharia.
E também ler em revista é super confortável, dá-nos uma sensação quase antiquada e podemos sempre ler à beira da piscina ou na praia.

Bom, é pena estar num mood tão preguiçoso, em que só me apetece consumir conteúdo irritante como "os melhores vines de 2014".

Pode ser que isto melhore...






O Diário de Bridget Jones | Opinião

julho 24, 2019

É escusado fazer-se um post sobre um filme que é um clássico numa tarde de domingo, no entanto é quase impossível para mim não gostar de falar de filme que, pessoalmente, EU acho que é baseado na minha própria vida...bom eu e provavelmente todas as mulheres que enfrentam algum tipo de receio seja no amor, na carreira ou na família. O Diário de Bridget Jones toca em todos estes aspetos e nas palavras da própria Bridget "quando um aspeto da nossa vida começa a correr bem, é universalmente sabido que outro vai descambar".



Bridget Jones tem 32 anos, está solteira e comprou um diário...só nos primeiros cinco segundos de filme já se perceber que é impossível não se gostar da personagem. Incorporando tudo aquilo que é um medo, seja feminino ou masculino, a personagem cativa-nos, e faz-nos franzir o nariz em desespero quando todos os nossos pesadelos se transformam em realidade. 

Com metas como "perder peso", "parar de fumar e beber" e claro, a mais importante "encontrar um homem bom e sensível" Bridget vai-nos falando do desastre ambulante que é a sua vida.

Péssima oradora, trapalhona até dizer chega e com um dedo podre para os homens, Bridget encontra Daniel, um homem lindo, manipulador e...que é chefe dela. 

Ao mesmo tempo, o clássico da literatura inglesa, um frio e insensível Mr.Darcy mantém-se à margem da sua vida, sempre prestes a fazer um desvio do seu caminho para salvar Bridget do seu infortunio. 

É interessante para quem vê o filme pela primeira vez, porque há um certo ódio de estimação a Darcy pela forma insensível como trata a Bridget, porém, quando a vê com Daniel acende-se um centelha de paixão nos seus olhos. 

A trama entre Darcy e Daniel não é muito inteligente, mas óbvia o suficiente para nos fazer chegar a mostarda o nariz, e num filme como este não se esperavam enredos elaborados, até porque, é a sua simplicidade que nos conquista.

Bridget vê-se constantemente numa luta contra as várias variantes da sua vida, a sua vida amorosa falhada, o eminente divorcio dos pais, o seu emprego terrível e amigos totalmente malucos... ah, a sopa azul que ela cozinha também é péssima.

Um filme sobre falhanços e uma vida que nunca vai por onde queremos que vá, mas que nos faz pensar que mesmo assim, as coisas mais fantásticas estão onde não as procuramos...

 Um dos meus filmes preferidos, simples, cativante e cómico!

1984 George Orwell || Opinião

julho 17, 2019


1984 é uma distopia escrita por George Orwell. O romance situa-se naquilo que é um mundo divido em três superpotências, sendo que o protagonista, Winston vive na Oceania, onde se situava anteriormente o Reino Unido.

(Créditos: pinterest)

Livro: 1984 (Nineteen Eighty-Four)
Autor: George Orwell
Preço: 12,80
Páginas: 327
ISBN: 9789726081890
Disponível: wook 

A história retrata um mundo em vigilância constante, onde a necessidade mais básica de uma pessoa (pensar) é abominada. O crime de “duplopensar” é o pensamento de que o estado cuidador e o “Grande Irmão” como é chamado o protetor do socing (socialismo inglês) estão errados.

Contextualizando um pouco melhor, o livro fala-nos de uma sociedade extremamente manipulada e manipuladora. Não há registos históricos do passado, e as noticias de todos os dias são reescritas consoante as necessidades do partido que impõe a “ditadura”. A única regra deste modo de governar é que não há regras, no entanto as pessoas são denunciadas e mortas o tempo todo. As três grandes potencias do mundo, encontram-se em permanente guerra e em constante alteração de aliados e inimigos, o que faz com que as pessoas odeiem constantemente um inimigo diferente, sem se lembrarem de alguma vez terem sido aliadas de outro.

Winston é um homem perto dos quarenta anos que começa a expressar as suas duvidas quanto ao modo como a sociedade manipula as pessoas. Como uma ovelha corajosa que começa a ganhar consciência que o mundo é maior que o prado onde todos pastam.

Tudo começa por uns diários e uma caneta de papel e a partir daí dá-se o despertar de pequenas coisas todos os dias, é interessante ver como a personagem tem um medo de morte de começar a escrever os seus pensamentos e de como há medida que o tempo avança, começa a fazer paz com o facto de que vai sim, ser apanhado a duplopensar (pensar contra o regime) e que vai morrer.

Embora o livro seja um romance, essa é definitivamente a parte que menos interessa, parece-me até, que várias vezes o romance que Winston vive com Júlia é uma distração, não para Winston, mas para o leitor, uma forma de ampliar o medo do inevitável.

Winston vive no livro, breves momentos de democracia e liberdade quando se começa a dar ao luxo de pequenos prazeres, como possuir objetos que não servem absolutamente para nada ou de fazer sexo pelo mero prazer de o fazer e não com o objetivo de procriar, e para mim, são esses os momentos que me fizeram pensar e que fazem do livro um dos melhores do século XX.

Gostava de conseguir escrever uma grande reflexão sobre o livro, mas é como disse em cima, conforme fui lendo ia tendo aqueles momento “eureka” e por essa razão é um livro de digestão difícil, e bastante pesado mas que toda a gente devia ler

O livro é consciência global de que a lavagem cerebral através da politica e ditadura é possível em qualquer época e que 2+2 pode muito bem ser 5 e não 4 se a quantidade de tortura adequada for aplicada.

Este livro está cheio de pormenores assustadores, desde a exterminação da língua que permita construir um pensamento autónomo até ao facto de se ser constantemente vigiado por um telecrã e microfones em todo o lado e a guerra seja permanente, não havendo períodos de paz.

Embora seja um livro que é um marco na história da literatura, foi de longe, o meu livro preferido (ainda bem), talvez pela minha preferencia por histórias mais leves. No entanto, é um must read para toda a gente. O tema, embora pesado é necessário em meio aos problemas políticos que enfrentamos e que talvez venhamos a enfrentar para sempre.

Pelo que vi está como sugestão no plano nacional de leitura. 

Lucifer Netflix || Opinião

julho 16, 2019




Serie: Lucifer
Duração dos episodios: 45 min
Atores principais: Tom Ellis; Lauren German; Kevin Alejandro
Temporadas: 4
Classificação: 5 estrelas
Disponivel em: Netflix e em sites piratas 4 sure

Se me dissessem, que eu ia ver e gostar de uma série sobre o diabo eu ia fazer aquela cara muito chata que as pessoas fazem, compassiva, como quem diz “coitadinhooo”. Mas a verdade é que cá estou eu, com a cabeça dentro do buraco para o qual a Netflix me empurrou.

Lucifer é uma série criada por Tom Kapinos e estreou originalmente na FOX, no entanto, no fim da terceira temporada foi cancelada, MAS resgatada, graças aos fãs e atores pela Netflix.

Se tudo isto não é uma prova da força da internet não sei o que mais será.

Para mim a série não tem um género especifico, sendo que se podia dizer que é maioritariamente policial...mas isso seria redutor.

Cheia de humor negro, fantasia e uma pitada ou duas de terror a série é um daqueles momentos a seguir ao almoço, em que ficamos presos num mundo paralelo ao nosso até de madrugada.

Resumindo, o diabo decide abandonar o forno onde vive e mudar-se para a capital dos anjos. Como o diabo não é ele mesmo sem pecados, arranja uma discoteca exclusiva por cima da qual vive, num estilo penthouse à la Christian Grey, mas com muito mais humor. Para além disso ele trouxe um... uma demónia do inferno consigo e tem uma psicologa...muito Hollywood.

E ele não é mauzinho, de todo! Na verdade para além de não ter carta de condução e conduzir o diabo de um carro ele até concede favores às pessoas.

No meio disto tudo, vê-se metido num crime e encontra Chloe Decker, uma detetive profissional, mas demasiado gira para o bem de Lucifer, que passa metade da primeira temporada a tentar perceber porque é que os seus truques divinais não funcionam com ela.

A verdade é que aqueles dois são tão diferentes que não conseguem ficar longe um do outro, e antes de Lucifer saber o que está a fazer, é consultor civil da LAPD (Departamento de Policia de Los Angeles).

A série tinha tudo para dar errado, tinham todo o clichê bem montando, mas eu adoro policiais e a verdade é que a personagem de Lucifer, interpretada por Tom Ellis é incrivelmente magnética, e a relação dele com os personagens que o rodeiam fazem com que diferentes camadas de um personagem tão mítico como o diabo se vão simplificando.

O esquema das primeiras três temporadas é muito semelhante, e não fosse a história sobre o diabo, que eu duvido que a Netflix lhe tivesse pegado.

Os minutos primeiros e últimos são aquilo porque realmente ansiamos, o desenvolvimento da história está todo nesses dez minutos, o resto, a que eu chamo o “meio” é um crime que eles precisam de resolver e algumas vezes faz a narrativa desenvolver.

Eu adoro policiais, mas para quem quer o “sumo”, lamento, mas só quando a Netflix pega na quarta temporada é que a coisa chega a esse ponto. Pessoalmente, pelo quanto a série é apelativa eu não me importava dos episódios em que a narrativa era mais lenta, porque adoro a parte dos crimes. 

Para terem noção a terceira temporada tem 26 episódios, para depois na quarta, onde a Netflix entra, ficar reduzida a 10.

Embora eu tenha adorado o ritmo e o olhar mais intimista na vida propriamente dita do diabo, senti falta de seguir as resoluções dos crimes, sendo que por ter surgido um triângulo amoroso nesta ultima temporada, a relação inicial foi, na minha opinião negligenciada, tanto que a interação entre a Chloe e o Lucifer em alguns episódios era quase inexistente. Nesse aspecto acho que a quarta temporada pecou. Se nas outras três o desenvolvimento da relação era lento, e de facto foram quase 50 episódios para a detetive descobrir que Lucifer era de facto o diabo, na quarta temporada a relação deles foi posta de parte.

Recentemente foi confirmado que a série vai regressar para uma quinta e ultima temporada e sinceramente temo pelo final. Se a Netflix fizer um trabalho tão grotesco na relação principal como fez na quarta temporada, o final vai ser à medida do titulo da série...dos diabos.

Mesmo com todos estes pontos negativos da quarta temporada, e talvez da lentidão no desenvolvimento das outras três anteriores, a verdade é que foi uma das minhas séries favoritas em muito tempo e é um 5 ESTRELAS. 

 É difícil uma série com tantas episódios ser tão cativante, e esta é, em parte graças ao diabo.

Para quem se sente na indecisão por achar que é uma série recheada de terror e satanismo, esqueçam... é uma série leve, divertida e profunda ao mesmo tempo.




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