A sabedora da transformação de Monja Coen || Opinião
abril 20, 2020
Coloquei opinião no titulo porque o faço sempre que falo de um livro, mas acho que, para este seria completamente irrelevante, já que pela primeira vez, ao ler um livro, me senti mais ensinada, do propriamente espicaçada para opinar sobre o quer que fosse.
Não falo muito de crenças, religião ou qualquer tipo de coisa dentro do género porque sinto, com toda a ignorância que isso carrega, que são temas que puxam muitos gatilhos. Olhando para mim, que fui educada dentro de uma família católica, uma parte praticante, a outra (novamente com todas as leituras que isso acarreta) não praticante. A minha relação com Deus, não é mais do que uma certeza que me foi plantada e da qual duvidei e "des"duvidei ao longo da minha vida. Se me perguntarem, hei-de responder que ainda estou a tentar perceber.
Mas este livro, "A sabedora da transformação", é mais que religiões ou auto-ajudas, são histórias universais que nos fazem refletir na vida.
Para quem não conhece a Monja Coen, ela ficou conhecida do grande publico pelas palestras e videos no youtube. Aliás foi nesses videos que a ouvi pela primeira vez, a minha mãe mostrou-me e, muito estranhamente não me conectei com o video. No Natal ofereci o livro à minha mãe, e agora acabei por lê-lo.
A sensação que tive ao ler, foi a de uma avó a contar histórias com lições de moral, e a explicá-las depois. Quase todas estas histórias figuram milhares de anos atrás mas, são perfeitamente "enquadráveis" no nosso dia a dia.
A ganância e a urgência de açambarcarmos tudo; a partilha; individualismo vs coletivismo; lidar com problemas, a dificuldade de não agir e agir quando necessário; e o respeito pelos outros e pela terra.
Claro que alguns destes pontos são, não impossíveis, mas difíceis de colocar em prática numa sociedade como a nossa. Somos individualistas, isso ás vezes já está tão fundo nas nossas entranhas que é difícil mudar isso e é preciso coragem para, numa sociedade como a nossa, pensar mais nos outros que em nós.
Não me interpretem mal, não estou a defender a ideia de sermos uns idiotas egoístas que não se levantam no metro para se sentar um idoso, estou antes a falar de uma ideia do outro quase tão grande como a nossa. Não me parece que fosse ficar calada em caso de injustiça, como alguns dos protagonistas das histórias ficaram.
Mas este livro de certa forma (como todos os livros que lemos) transformou-me. Lia alguns capítulos de manhã, quando acordava e à noite, antes de ir dormir. Comecei a deixa o telemóvel na sala quando ia dormir...pequenas coisas que nos fazem pensar. Gostei particularmente do exercício de sentir as coisas. Da ponta dos pés à cabeça, tentar assimilar o toque e as sensações.
Resumindo, eu que tinha um preconceito tremendo contra este "género" de livros, apanhei-me extremamente relaxada, a ler coisas que, não só fazem sentido, como também me fazem pensar.
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