1984 George Orwell || Opinião
julho 17, 2019
1984 é uma distopia escrita por George Orwell. O romance
situa-se naquilo que é um mundo divido em três superpotências, sendo que o
protagonista, Winston vive na Oceania, onde se situava anteriormente o Reino
Unido.
(Créditos: pinterest)
Livro: 1984 (Nineteen Eighty-Four)
Autor: George Orwell
Preço: 12,80
Páginas: 327
ISBN: 9789726081890
Disponível: wook
A história retrata um mundo em vigilância constante, onde a
necessidade mais básica de uma pessoa (pensar) é abominada. O crime de “duplopensar”
é o pensamento de que o estado cuidador e o “Grande Irmão” como é chamado o
protetor do socing (socialismo inglês) estão errados.
Contextualizando um pouco melhor, o livro fala-nos de uma
sociedade extremamente manipulada e manipuladora. Não há registos históricos do
passado, e as noticias de todos os dias são reescritas consoante as
necessidades do partido que impõe a “ditadura”. A única regra deste modo de
governar é que não há regras, no entanto as pessoas são denunciadas e mortas o
tempo todo. As três grandes potencias do mundo, encontram-se em permanente
guerra e em constante alteração de aliados e inimigos, o que faz com que as
pessoas odeiem constantemente um inimigo diferente, sem se lembrarem de alguma vez
terem sido aliadas de outro.
Winston é um homem perto dos quarenta anos que começa a
expressar as suas duvidas quanto ao modo como a sociedade manipula as pessoas.
Como uma ovelha corajosa que começa a ganhar consciência que o mundo é maior
que o prado onde todos pastam.
Tudo começa por uns diários e uma caneta de papel e a partir
daí dá-se o despertar de pequenas coisas todos os dias, é interessante ver como
a personagem tem um medo de morte de começar a escrever os seus pensamentos e
de como há medida que o tempo avança, começa a fazer paz com o facto de que vai
sim, ser apanhado a duplopensar (pensar contra o regime) e que vai morrer.
Embora o livro seja um romance, essa é definitivamente a parte
que menos interessa, parece-me até, que várias vezes o romance que Winston vive
com Júlia é uma distração, não para Winston, mas para o leitor, uma forma de ampliar
o medo do inevitável.
Winston vive no livro, breves momentos de democracia e
liberdade quando se começa a dar ao luxo de pequenos prazeres, como possuir
objetos que não servem absolutamente para nada ou de fazer sexo pelo mero
prazer de o fazer e não com o objetivo de procriar, e para mim, são esses os
momentos que me fizeram pensar e que fazem do livro um dos melhores do século
XX.
Gostava de conseguir escrever uma grande reflexão sobre o
livro, mas é como disse em cima, conforme fui lendo ia tendo aqueles momento “eureka”
e por essa razão é um livro de digestão difícil, e bastante pesado mas que toda
a gente devia ler
O livro é consciência global de que a lavagem cerebral através
da politica e ditadura é possível em qualquer época e que 2+2 pode muito bem
ser 5 e não 4 se a quantidade de tortura adequada for aplicada.
Este livro está cheio de pormenores assustadores, desde a exterminação
da língua que permita construir um pensamento autónomo até ao facto de se ser
constantemente vigiado por um telecrã e microfones em todo o lado e a guerra seja permanente, não havendo períodos de paz.
Embora seja um livro que é um marco na história da literatura, foi de longe, o meu livro preferido (ainda bem), talvez pela minha preferencia por histórias mais leves. No entanto, é um must read para toda a gente. O tema, embora pesado é necessário em meio aos problemas políticos que enfrentamos e que talvez venhamos a enfrentar para sempre.
Pelo que vi está como sugestão no plano nacional de leitura.
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