1º Episódio de "As Arrepiantes Aventuras de Sabrina"|| Opinião

outubro 31, 2018


"As Arrepiantes Aventuras de Sabrina" promete-nos acompanhar a vida de uma rapariga de 15 anos, prestes a fazer 16 que tem uma particularidade muito singular: É meio bruxa, meio humana.

Eu não estava minimamente interessada em ver esta série, mas a verdade é que sempre adorei os desenhos animados por isso, esta semana quando não tinha muito o que fazer antes de jantar, decidi que iria ver o primeiro episódio. Neste momento vou no quarto, sendo que cada um tem 1 hora de duração. 

Todo o ambiente da série se passa em Greendale, cidade vizinha de Riverdale. O primeiro episódio é focado na apresentação das personagens e dos seus laços e na preparação de Sabrina para o seu batismo das trevas.

Para ser absolutamente sincera a série apaixonou-me completamente, a dose de “terror” é q.b e o humor que colocam na mistura aparece sempre na altura certa. As personagens parecem estar sempre em equilíbrio contantes. Sabrina (Kiernan Shipka) é alguém com crenças fortes que mesmo assim transmite a realidade que todos vivemos com pequenas inquietações do dia a dia, há uma doçura forte na sua forma de ser que se amplia quando contracena com Harvey (Ross Lynch) que personifica alguém que liga Sabrina à sua vida humana. 

O casal é acompanhado por duas raparigas Roz (Jaz Sinclair) e Susie (Lachlan Watson) que só acrescentam à série servindo como elementos cortantes de tensão. Todos juntos protagonizam lutas no liceu que frequentam, Baxter High, entre direitos das mulheres, liberdade de expressão e a tirania patriarcal que se vive na instituição.

Surgem então as duas famosas tias de Sabrina, das quais do desenho animado me lembro de serem completamente loucas. Deve ter sido essa parte que mais dececionou, senti que enquanto a tia Zelda é o coração bom de que me lembro, Hilda parece-me sempre demasiado contra a própria Sabrina. Há uma tensão estranha no ar e nunca sei se ela quer matar a Sabrina, vendê-la ao demónio ou encorajá-la. Com o avançar da série só se torna mais confuso, pelo menos até onde cheguei. 

Por fim a minha personagem favorita: Ambrose. Ele funciona como o grilo falante do Pinóquio só que ao contrário, já que tira a Sabrina de todo o tipo de embrulhadas e raramente lhe dá na cabeça. Há um charme e meiguice nele que confere outro tom á série.

Senti que a narrativa é tão fluida quanto poderia ser com uma hora de duração, e posso dizer que não se maçante

Em  As arrepiantes aventuras de Sabrina os cenários, as personagens e as intrigas são a poção perfeita para nos fazer desligar do mundo.

Por fim só quero deixar o conselho de não saltarem a introdução, é de tirar a respiração e tornou-se uma das minhas partes favoritas, deixando-me com vontade de ler as bandas desenhadas que inspiraram a série.  

O meu primeiro trabalho...bob a lojista

outubro 26, 2018




Falar do primeiro trabalho é mais ou menos como quando a Anastasia fala da primeira vez com o Christian Chicotada Grey...”não sei bem...havia um quarto onde se esquartejavam pessoas” com o trabalho é o mesmo, “não sei bem...ganhei dinheiro que não me foi dado pelos meus avós”.
Quando fui fazer a entrevista estava super nervosa, mas felizmente não me fizeram a tão temida pergunta “o que é que conhece da nossa empresa?” ...não, em vez disso pediram-me para falar de mim, o que de certa forma ainda conseguiu ser pior. Ainda me recordo com alguma exatidão do que disse, mas é tão pobre em adjetivos que nem tenho como o expressar.
Acabei por ficar, mesmo sem experiencia. Mais tarde disseram-me que fui uma ótima escolha já que ninguém ia aceitar as condições. Assinei para dois meses, para mim foi excelente, um trabalho de verão com o extra de não precisar de uma carta de demissão quando a escola e o trabalho se tornassem demasiado para o meu pequeno corpinho (FAÇO VÉNIAS A TRABALHADORES ESTUDANTES).
A primeira semana foi estranha, porque querendo ou não há ali uma dinâmica, eramos seis mulheres (a sexta roda era eu) e tive que me adaptar e claro que no primeiro dia (e semana) tu ficas ali, meio à espera que te digam o que deves fazer.
Se há algo que agradeço é pela equipa que me calhou, todas mulheres, super queridas, simpáticas e profissionais.
Menciono isto da equipa porque se o ambiente fosse horrível a coisa tinha dado muito para o torto. Primeiro porque o meu contrato era um full-time disfarçado de part-time, fiz dias seguidos oito horas e conto pelos dedos das mãos os dias em que fiz o meu horário normal. Eu estava a tapar buracos e digo já que tapei os buracos o melhor que pude.
Falando do trabalho em si: Loja de crianças, assistente de vendas. Eu sempre achei que gostava de crianças, até que elas olham para ti como se possuíssem o teu rabiosque. Mas pior que as crianças só uma coisa: OS PAIS.
Digo sinceramente que em dois meses cresci mais emocionalmente do que em dois anos, e que desenvolvi uma capacidade de lidar com pessoas mal-educadas tão grande que sinto que sou capaz de fazer frente a qualquer quarentona que ache que pode trocar um 14 anos por outro 14 anos com o talão fora de validade!
Se me perguntassem “tens alguma cena com clientes que nunca te vais esquecer?” sim tenho, uma cliente foi agressiva comigo, atirou-me o terminal do multibanco para o balcão e começou a gritar comigo porque em plena liquidação de loja eu não podia fazer embrulhos. Ela foi mal-educada, agressiva e ainda insultou a minha posição ali “como se não fosses paga para isso”. Não, não sou quando o meu patrão me diz que não o posso fazer.
Tive muitos dias em que só me apetecia abanar alguém, as pessoas metem-se no teu trabalho, acham que tem o direito de opinar sobre ti e o que estás a fazer, e melhor que isso tudo. Acham que és deles. Eles realmente acham que há ali uma relação escravo/senhor. Tive um miúdo que cuspia sistematicamente para o balcão até que eu lhe disse que ia chamar o segurança. Quando ele saiu eu fui limpar o balcão porque uns dias antes a minha colega se tinha sentido enojada com a situação e não o queria fazer de novo. Enquanto eu estava ali a dizer que aquilo era pura e simplesmente falta de civilização uma mãe muito ofendida que apareceu sabe-se lá de onde diz-me “vocês não sabem o que custa educar uma criança”. Nesse momento eu só queria dizer-lhe que tinha um filho, mas em vez disso dei-lhe com a verdade na cara o que foi muito mais prazeroso. A mulher começa a gaguejar e a justificar-se “ah mas a mãe não viu?” como se a mãe não ver justificasse. Eu digo-lhe que sim, que a mãe viu e no final ela tem a gentileza de pedir desculpa.
Este tipo de situações, tal como atirarem a roupa para cima de ti, ou pedirem-te para desfazeres caixas que ainda não estão em inventário, de te perseguirem na loja porque não tens nada que gostem e têm “certeza absoluta que tem alguma coisa lá dentro” é o cumulo.
Com esta experiência aprendi que os lojistas são os super-heróis do mundo real.
O que conto aqui é tudo verdade, e se me perguntarem se estou arrependida digo-vos que não. Não. Não porque cresci imenso. Não, porque jantei em cima de um escadote comida aquecida num micro-ondas meio chanfrado a ver Friends. Não porque adorei conhecer todas as minhas colegas. Não porque quando passo em frente à loja que agora fechou tenho saudades das pessoas com quem trabalhei. Ganhei um carinho muito grande a toda experiencia porque me deu muitas lições e me ensinou a valorizar mais tudo no geral. Não, porque quando estava sozinha na loja ouvia Shawn e Selena como se estivesse num videoclip. Não porque me ria ás gargalhadas com as coisas mais insólitas. Não porque tive que dar mil passos para fora da minha zona de conforto, e isso fez-me bem mesmo quando eu achava que me fazia mal.
E no final de tudo ganhei o meu primeiro dinheiro sozinha!

Mary Shelley || Opinião

outubro 22, 2018



 Cruzei-me com este filme por acaso. A verdade é que adoro estes filmes que se passam na velha e degradante Londres.

O meu maior medo com este filme era que fosse muito lento por ser um filme biográfico, já que Mary Shelley foi a escritora de uma das maiores obras de sempre, Frankenstein. No entanto não foi isso que encontrei. A narrativa é rápida e nada difícil de compreender. Os atores misturam-se tão bem com as personagens que é impossível olhar além disso mesmo.

A jovem Mary de 16 anos tem um amor enorme pela escrita e leitura do terror, e tal como em todos os clássicos existe uma madrasta má preparada para lhe fazer a vida negra, difamando o passado da sua falecida mãe, uma ativista dos direitos das mulheres. Mary vive numa aura familiar pesada e triste sendo que as únicas pessoas com quem parece ter um mínimo de afeto são o seu irmão e meia irmã Clarice.

Uma briga com a madrasta afasta-a deste cenário e é na Escócia que conhece Mr.Shelley, o poeta por quem se apaixona e vive o romance típico da época, cheio de floreado e palavras enfadonhas. Este romance sofre um fim abrupto com o regresso de Mary a casa. 

No entanto a jovem é surpreendida quando o seu amor surge na forma de protegido do seu pai, um livreiro.

É nesta ocasião que descobre que o seu romance é de facto uma mentira aos olhos da sociedade, já que Mr.Shelley é casado e tem uma filha.

Mary acaba por fugir com este e com a irmã e a partir desse momento uma espiral de felicidade embriagada e fúria vigorosa surgem na vida do casal liberal. Mr.Shelley é todo ele uma alma do mundo e Mary surpreende-se com isso. A sua vida é uma tragédia continua, exceto, quando em determinados momentos temos lampejos daquilo que viria a ser a sua obra. O seu fascínio por monstros e terror parece colocado em suspenso no filme quando, na minha opinião está apenas a ser cozinhado pelas amarguras da própria escritora. A perda de um filho, as traições do marido e a própria incompreensão das suas crenças geram o monstro mais famoso de todos os tempos.

Claro que como uma mulher de 18 anos o seu manuscrito é negado vezes sem conta, e apenas publicado na condição de anónimo com prefácio escrito pelo marido. O seu sofrimento e o seu trabalho são desvalorizados por ser mulher e quando pensei que tudo iria de facto fechar-se com a injustiça ao qual as mulheres foram condenadas durantes séculos o seu marido oferece cartas à verdade.

No final, a minha opinião sobre o filme é muito boa, adoro a forma como caracterizam o sofrimento real de Mary e a sua luta pelo reconhecimento sendo uma jovem mulher num tempo tão de luta pelos direitos das mulheres, dando um certo sentido de legado continuado ao que a sua mãe tivera antes de falecer.

O filme termina com o reconhecimento merecido de Mary e a sua obra.



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