Primo Basílio | Opinião
outubro 01, 2019
Demorei algum tempo a assentar este livro na lista “Potenciais
Livros para o Blog”, porque a sensação que tenho, é que muito poucas pessoas
estão interessadas em literatura clássica portuguesa. No entanto foi um livro do qual gostei tanto, tanto, tanto
que tinha, pelo menos, de escrever sobre ele.
Autora:Eça de Queiroz
Preço: 5,28€ € (na wook) em saldos
Páginas: 392
Num estilo muito queirosiano, Eça apresenta-nos uma situação
incestuosa, o que, em larga medida já é o esperado.
Este livro, narra-nos a vida burguesa Lisboeta, e nos seus muitos modos de se entreterem, fossem esses entreténs através do adultério, tratar mal a ralé, ou andar de cupè.
Assim, a história começa por se concentrar na vida do casal, q.b endinheirado, Luísa e Jorge. Embora a sua relação amorosa seja terna isso não impede que Luisa comece um romance com o seu primo que partiu para o Brasil. Surge então, o primo Basilio, de ideias fixas, para tornar Luisa o seu entretem pessoal, na cidade de Lisboa, que ele considera "termendamente enfadonha".
Este romance está cheio de personagens tipo, das quais a
mais engraçada (digo engraçada porque é realmente de morrer a rir) é a
empregada.
Juliana, trabalhou toda a vida que nem uma escrava, por isso odeia de
morte todas as patroas. A sério, deviam ler as passagens em que Eça descreve o
mal que lhes deseja. Há uma parte em que ela diz que ficava felicíssima quando
morria alguém, ou haviam dividas impossíveis de pagar.
Como dois mais dois, são quatro, quando o marido de Luísa
parte numa viagem a trabalho, e ela se envolve com Basílio, Juliana arranja
maneira de monopolizar provas que lhe garantam, segundo ela, um futuro confortável.
Acho que a história, por um lado é um pouco previsível (também
pela fama que conquistou) mas não há nada mais bonito, do que ver o plano de
toda a gente dar para o torto. O final, uma típica tragédia, deixa-nos com um
sorriso maldoso no rosto, porque não há, uma única personagem boa nesta
história. Toda a gente tem falhas, cai em tentação, e está cheia dos defeitos
mais corriqueiros, da gula, à inveja. É realmente, um final “triste”, mas para
rir à gargalhada.
Sinceramente recomendo muito este livro. Se gostaram dos
Maias, esta é uma escolha óbvia. Se, por outro lado não gostaram, são bem
capazes de gostar deste pelo tom menos sério e mais irónico.
5 Estrelitas
0 comentários