A Rapariga no Comboio || Opinião
janeiro 23, 2016
Quando li este livro estava numa profunda crise pós-Natal, e
estava nessa crise porque ninguém me tinha oferecido um livro no natal, o meu
natal só está completo quando me considero sortuda o suficiente por ter
recebido um livro. Como disse não recebi. Fiquei chateada. Até que deram um
livro á minha mãe e me apoderei dele com tudo o que tinha.
Senhoras apresento-vos “ A rapariga no comboio”
Este livro tal como noventa por cento da minha estante é
baseado em nenhuma pesquisa sobre o conteúdo do livro em si. Nunca pesquiso
pelos livros porque gosto da sensação de surpresa, tenho sorte porque
geralmente a coisa corre-me bem, eu falei do livro num vídeo mas eu sou muito
melhor a escrever do que a falar e assim posso palrear á vontade sem que isto
fique cansativo, porque se estão a ler é porque gostam de ler.
O livro começa de uma forma totalmente banal, as únicas informações
que tenho são as da contra capa, a rapariga chama-se Rachel, anda todos os dias
de comboio, e todos os dias observa o mesmo casal, um desses dias algo acontece
e ela fica a remoer as imagens. Á medida que leio descubro que Rachel é uma alcoólica,
o marido trocou-a pela amante, e foi despedida, faz a viagem de comboio todos
os dias para a amiga com quem vive não descobrir. Rachel é depressiva, triste,
e o facto de ela imaginar vidas imaginárias para aquele casal pode assustar um
bocadinho, ela está numa fase da sua vida onde caiu num poço chamado “indiferença”
porque todos á volta dela a ignoram, ela deixou de existir, não sei já ouviram
falar deste ditado mas “ama-me, ou odeia-me, mas não me sejas indiferente”
tenho pena dela mesmo que ela não queira a minha pena.
Este casal que ela admira e que outrora foi ela e o seu
ex-marido, ela atribui-lhes nomes e vidas, e quando vêm a publico que a mulher
que ela vem a observar desaparece, ela sente-se na necessidade de contar á
policia as imagens que viu, e isto leva-me a um estado de irritação completa porque sei que ela se
vai meter em sarilhos e tal como quando era pequena e não queria que a Miley
revelasse que era a Hannah Montana, também não quero que a Rachel se meta no
meio do grande tornado que se está a formar naquela cidade.
Á medida que o livro avança pergunto-me se estou realmente a
gostar do livro, ou se estou tão curiosa para entender a vida dos personagens e
o porque de Megan (a mulher desaparecida) não dar pistas de onde está. Para
esclarecer a história é basicamente contada pelo ponto de vista de Rachel, mas
Megan (desaparecida) e Anne (a mulher pela qual o marido de Rachel a trocou).
A parte que Rachel nos conta é a triste e baralhante o
suficiente, mas Megan? Megan consegue baralhar-me porque a parte da historia
que nos conta é a parte da historia antes do seu desaparecimento e sinto-me
perdida e enjoada com os pensamentos dela, e profundamente triste com a
historia que ela revela numa das suas ultimas aparência no livro. Eu podia
dizer que ela tem um distúrbio de personalidade, porque num momento ela está
contente, e no outro já está a ponderar trair o marido, patra a seguir dizer que
ama profundamente o marido, ela clarifica o facto de nunca conseguir ser feliz
no momento em que está e quando está feliz faz questão de o achar medíocre porque
não é outra qualquer coisa. É uma das personagens mais confusas e profundas de
que tenho memória, talvez porque não a entenda.
No meio da historia o marido de Megan é considerado
suspeito no seu desaparecimento, depois o amante de Megan também é suspeito, e a
própria Rachel também é uma suspeita dado que sabe tanto sobre Megan sem a
conhecer, a meio da historia conhecemos o ex-marido de Rachel e a sua atual
mulher, que sinceramente é uma personagem detestável e até o seu ultimo ato no
livro é desprezível.
É um livro contado por mulheres e faz-nos entrar em três
mentes diferentes o que me deixava exausta porque lia o livro durante grandes períodos
seguidos de tempo. Este livro é classificado como um romance mas eu
sinceramente não o enquadro nessa categoria, nem lá perto.
Como referi a meio deste meu testemunho, não sabia se estava
a gostar ou se estava só curiosa pelo final, e quando o final foi desvendado e
acabei o livro continuei com a mesma sensação, li o livro em dois dias e foi
realmente como viver ali dentro e uma parte de mim estava aliviada que tinha
acabado, e a minha dúvida ainda permanece, gostei mesmo do livro ou só o achei “chocante” ? Não consigo responder-vos, mas mexeu comigo e isso vale muito no que toca a um
bom livro, é tremendamente bem escrito, as coisas estão ligadas de forma
perfeita e os personagens são de uma complexidade assustadora.
Vou deixar aqui os dados do livro, caso queiram adquiri-lo
ou dar uma espreitadela numa livraria.
Titulo: Rapariga no comboio
Autora: Paula Hawkins
Ano de edição ou reimpressão: 2015
Editor: TopSeller
Páginas: 320
Este livro vai ser adaptado
para os cinemas e estou muito ansiosa porque como não consegui encontrar o
sentimento para o livro, espero que o filme me ajude.
Espero que tenham gostado,
como eu disse no vídeo sou um bocado mais contida porque costumo falar demais e
depois fica muito longo e aqui posso sempre demorar o meu tempo.
Até á próxima.
Sara
xx
3 comentários
fazes-me ter vontade de ler todos os livros do mundo.
ResponderEliminarAinda bem ahaha, quem me dera ter mais tempo para ler :(
EliminarLi o livro e tal como tu, não consigo desvendar se estou apenas em choque ou se gosto realmente do livro. Meses depois surgiu o filme e acho que está muito bem adaptado, apesar de ser sempre diferente imaginar certas personagens com certas características físicas e depois ver atores e atrizes a representa-las, a dar-lhes cara. É sempre estranho ahah.
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