Bodyguard: Netflix | Opinião

janeiro 03, 2019


          Crédito de foto: Netflix


Body guard é uma série original da BBC, distribuída pela Netflix que nos leva através de uma trama política tensa no Reino Unido, muito a margem da atualidade vivida no país.

Nunca me tinha encontrado tão viciada por uma série e posso apenas compará-lo à sensação de parar uma leitura mesmo boa e voltar passado umas horas.

É uma série curta, viciante com um ator principal de fazer chorar as pedras da calçada. A trama desenvolve-se a um ritmo fascinantemente rápido. Digo fascinante porque a velocidade não invalida o sentimento de posse sobre os personagens, somos enfeitiçados pelo Sargento Budd desde o primeiro segundo e só posso descrever esse aspeto da série como fenomenal.

Sargento Budd é destacado para proteger a ministra do interior Julia Montague, que defende ideais contrários aos seus, no que toca em especial ao conflito armado, onde Budd foi profundamente ferido. Logo aqui surge um conflito ideológico que nos deixa com a pulga atrás da orelha. O relacionamento deles desenvolve-se de uma forma intensa na mesma medida dos acontecimentos que os rodeiam, e quando se tornam amantes esses momentos cortam de forma extraordinária a violência que os rodeia. Uma química, diga-se de passagem, muito melhor do que em filme ou série declaradamente sensuais.

A série desenvolve-se sempre num tom coerente e excitante e em vez de ficarmos nervosos com o que se passa, por não termos ideia se os bons são maus ou se os maus são mesmos maus, não caímos numa ânsia desmedida tao característica deste género de séries. Caminhamos com o agente Budd através dos acontecimentos e sabemos tanto quanto ele nos revela. 

No entanto, tudo desagua num final que não corresponde à expetativa que construímos, há um plot twist que nos faz pensar como é que uma série tão realista durante 5 episódios e meio foi acabar com confissões rápidas e supérfluas, um penso rápido para um final feliz que poderia ter sido ganho de outra forma.

A única coisa que salva está metade do último episódio é a atuação sem precedentes de Richard Madden que me surpreendeu muito dando vida ao homem traumatizado pela guerra que se continua a guiar pela verdade humana, ou seja, também através da mentira.


Feliz ano novo malta!
-Sara

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