#askmonth 1 || Podes falar um bocadinho do curso que estás a tirar?

agosto 01, 2018



Eu recebo até bastantes perguntas sobre isto o que é normal, eu mesma, antes de me candidatar à universidade li imenso sobre toda a experiência universitária e consequentemente sobre os cursos.

O meu curso chama-se Ciências da comunicação, e existe em Lisboa na faculdade Nova, se procurarem uma publica. O curso que frequentei antes deste na faculdade de Letras de Lisboa chamava-se Cultura e Comunicação senão me engano, o que é um nome bonito para um curso cheio de disciplinas aleatórias que não te vão dar um conjunto sólido o suficiente em nenhuma área NA MINHA OPINIÃO.

O meu curso, embora diga ser ciências da comunicação, o que eu pessoalmente sinto e, sei que não sou a única, é que somos muito encaminhados para o jornalismo. Temos publicidade, media, economia e gestão, sociologia, e depois algumas disciplinas opcionais. No entanto as disciplinas que mais nos dão créditos são as que estão diretamente ligadas ao jornalismo.

Aquilo que mais senti dificuldade no meu curso foi em saber que direção tomar, embora o acompanhamento seja bem feito pelos professores, chega uma altura em que somos deixados à solta, e nisso há dois caminhos:
- ou o professor te preparou bem para esse momento e só precisas de continuar.
- ou o professor te atirou o trabalho à cara e está à espera que cole como barro na parede.

Aconteceram-me as duas, mas sinceramente, especialmente em disciplinas relacionadas ao jornalismo onde temos de contactar alguém para entrevistar, e preparar uma reportagem é um momento só nosso. Em que precisamos de respirar fundo, entrar em pânico porque conseguir em entrevista quando se tem zero experiência é DIFICIL, e depois esperar que dê certo. Eu tentei contactar a editora da vogue Portuguesa para entrevistar e não deu certo, nem obtive resposta, e depois precisei de ajuda para arranjar alguém porque o prazo estava a apertar. Felizmente consegui. 

Que lição obtive? Eu detesto pedir ajuda, mas senão tivesse pedido nunca ia conseguir. Há sempre alguém que conhece alguém, e não precisa necessariamente ser uma pessoa muito mediática. As melhores entrevistas nem sempre são feitas pelos os entrevistados, mas sim pelos entrevistadores. Para além disso ninguém sai da faculdade com perguntas medíocres, nesse aspeto somos todos muito bem encaminhados e ajudados.

Sinceramente tive muito mais medo da reportagem por ter que falar com várias pessoas, mas acabei por gostar muito mais de fazer a reportagem do que a entrevista, a atenção não está tanto em ti, mas no acontecimento.

Sinto que muita gente acha que por ser tímida não pode dedicar-se a cursos mais direcionados para a comunicação e acho que embora isso seja um entrave, não é uma parede que te impede de continuar.

Eu tive que engolir o nó na garganta e falar alto à frente das pessoas. É horrível da primeira vez que se faz um contacto, a ansiedade consome-nos, no entanto, quando saímos do local, com gravações e bom material o sentimento é de poder.

Eu era tão frágil no inicio do ano, tão fechada em mim e no meu mundo. Depois da minha primeira entrevista senti que podia fazer qualquer coisa. Claro que é sempre duro ter que falar com as pessoas e ás vezes não receber aquilo de que precisávamos, mas só nos podemos arrepender daquilo que não fazemos...bom depende.

O que eu quero dizer é que mal dormir antes da entrevista e estava enjoadíssima. E depois foi um alivio.

Quanto aos testes e exames... eu diria que estudar é importante, muito mesmo. Se eu não estudar torna-se complicado porque pelo menos ali há sempre dois professores a vigiar o que estamos a fazer.

Os professores regra geral dão-nos sempre o material necessário, mas é mesmo preciso estudar. 

Haviam semanas em que eram quase duzentas páginas de leitura. Sei que há quem se safe a ler os resumos de outros anos na véspera, eu mesma numa disciplina na qual senti muita dificuldade e os textos deviam passar em muito as 500 páginas precisei de resumos porque simplesmente não entendia a disciplina. No entanto por exemplo em jornalismo se não fizesse os meus resumos da minha leitura não teria conseguido uma nota tão como a que queria.

É uma questão de colocar as coisas na balança, mas por vezes torna-se muita coisa. Aquela questão de faltar a um dia para colocar o estudo em dia EXISTE! A leitura cresce mais rápido que a minha capacidade de colocar a matéria em dia e é preciso ficar em casa senão na semana seguinte fazemos o exame com metade da matéria estudada.

No fim, embora eu gostasse que o meu curso fosse um pouco menos focado no jornalismo e mais em outras áreas como publicidade e edição de peças (é um exemplo, acho que chegarei lá, mas é só no 3º ano e já nos foi pedido que fizéssemos coisas assim) sinto que estou a ser preparada para algo mais palpável. Claro que só quando estagiar ou for trabalhar é que vou saber até que ponto fui bem preparada, mas até agora sinto que pelo menos obrigada a pisar território desconhecido estou a ser.




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