Anne with an E : Netflix ||Opinião

fevereiro 11, 2019


                                                                      (foto: Netflix)

À falta do que ver à noite, fiz literalmente uma descrição pormenorizada de algumas séries à minha família, até que uma pareceu reunir consenso de todos (pelo menos da minha mãe, que é o que realmente interessa).
Já tinha deitado o olho a esta série, mas nunca me despertou o interesse, e isto só me fez recordar mais uma vez que, as melhores coisas da vida são aquelas pelas quais damos pouco.
“Anne with an E” é baseada no livro de Lucy Montgomery, um clássico Canadense de 1908.
Marilla e Matthew são um casal de irmãos solteiros, que quer adotar um rapaz para ajudar nas tarefas do campo, no entanto por engano ficam com uma menina, Anne...com E.
A série desenvolve-se nas circunstancias de chegada de Anne a Green Gables (a quinta de Matthew e Marilla) e nas aventuras da sua estadia. A sua dificuldade, em integrar-se numa sociedade preconceituosa que vê os órfãos como criminosos e parasitas, é um dos temas mais sensíveis da série.
No entanto, algo que adorei, foi a ternura da história, onde mesmo nos momentos mais obscuros há um raio de luz por perto, e sinceramente não sei se essa leveza não estará na própria Anne, ela mesma é como astro flamejante (não fosse o seu cabelo cor de laranja e as suas sardas uma referência linda, às estrelas).
Anne é uma fonte imaginação, bondade e resiliência e não há nada mais satisfatório do que a observar tocar os corações de toda a gente à sua volta.
Para mim, esta série lembra-me daquele momento das nossas vidas, quando somos crianças e brincamos com amigos imaginários, e onde não há certo nem errado, onde o nosso filtro social ainda não apareceu e somos a autenticidade em forma de amor.
“Anne with na E” é uma ode às crianças e uma verdadeira angustia para todos os adultos que sentem com força, a perda da infância.



Pet Peeve Talks || Validação através dos outros

fevereiro 07, 2019



Sabem aquela coisa que nos tira do sério e, às vezes é até bastante estranha? Isso é um pet peeve. Eu tenho alguns desses, como por exemplo acordar a meio da noite e ter só uma meia calçada. Isso tira-me do sério. Mas há um outro montam de coisas que me tiram do sério, e este “quadro” vai ser sobre todos esses pet peeves e até sobre aquilo que não é um pet peeve, mas eu chamo pet peeve na mesma.

O pet peeve talks desta semana é sobre, a validação através de terceiros. E vocês podem perguntar, “Sara o que é isso?”. Bom, é aquilo que ouvimos durante toda a vida e que, chegando a certa idade se torna insuportável.

É a conversa que começa com “já fizeste amigos na escola” e que, a meio se transforma em “ já tens namoradinhos?” e no final termina “já tens boa idade para ter um relacionamento sério”.

Nunca tem realmente a ver connosco, as pessoas estão-se pouco marimbando para experiencias menos boas que tiveste, certas reticencias ou entraves que te coloquem na situação de ser um pouco mais “outsider”. As pessoas procuram a tua validação através de terceiros para estimar que tipo de status isso te dá, e consequentemente se é benéfico manterem uma relação de proximidade, (uma daquelas que legitima os comentários nos posts de instagram), ou se, por outro lado é melhor manter a ligação ao estritamente indispensável (natais, encontros de rua ou de supermercado, e ainda o inconveniente “então vemo-nos por aí”).

Ninguém está minimamente preocupado se já fizeste amigos na faculdade, ou se já namoras há três anos, o importante é, “mas esse teu colega é de onde?” ou “o teu namorado anda em que universidade?”.

A raiva corrói-me por dentro quando alguém me pergunta isto, apetece-me revirar os olhos e observar o meu próprio cérebro, em vez de dar a inconveniente risadinha falsa e não responder à pergunta, porque, até essa fase já passei.

Será que as pessoas, não percebem as expetativas e frustrações que acabam por depositar na pessoa alvo do seu escrutínio?

De repente acabam numa relação forçada, dois anos depois casam porque os pais durante as férias em monte gordo acharam que era “delicioso” casar os pombinhos no próximo inverno. Sem darem por isso, estão encurralados dentro de um smoking alugado, com manchas de ketchup no forro e num vestido amarelo, porque o padre sabe que ela já foi casada antes. No fim, obrigam os vizinhos a assistir a uma sessão fotografica de cinco horas no quarto de solteiro dele, o que gera apostas sobre quanto tempo, até que as fotografias do casamento sejam queimadas e ele volte para casa com duas caixas de cartão e aquilo que sobrou da dignidade no bolso de trás das calças de fato de treino.

As apostas dos vizinhos confirmam-se dois dias depois, quando ela aparece em casa da sogra de trombas, nada contente por ter que comer ensopado de gaivota na primeira segunda feira de casada.   




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