Para alguém que não gostou lá muito do primeiro livro da
autora em questão, eu diria que fiz a minha parte muito bem, e li todos os seus
livros publicados em Portugal, e foi sem dúvida uma daquelas situações cómicas,
porque quando não gosto muito de um livro não dou segundas oportunidades, mas
neste caso AINDA BEM QUE DEI. Eleanour
& Park foi tão triste, triste demais, mas depois Fangirl e Anexos foi tudo
aquilo que eu queria de um livro leve, foram livros tristes na quantidade certa,
amorosos, engraçados e com finais abruptos, todo eles, inclusive Por um fio.
O livro começa com Georgia a nossa miúda, com dificuldades
em dizer ao marido que precisa de ficar em casa para o natal, e depois de
repente o marido, Neal, já não está lá, saiu e levou as duas crianças para irem
passar o natal como já tinham planeado, a casa de sua mãe.
Com esta primeira
impressão, eu fiquei desconfiada do Neal. E Georgie fica de rastos, e aparece
no trabalho (o seu trabalho é super fixe, ela escreve séries de TV) e tenta não
parecer desesperada perante Seth, o seu melhor amigo, e que por acaso é a única
coisa que faz com que ela e Neal tenham um casamento tão estranho, porque há
sempre a sensação de que Georgie está a tentar balançar o tempo entre Neal e
Seth.
O primeiro dia é passa-se com ela a tentar ligar para Neal,
e com Neal a não atender, nessa noite ela é incapaz de ir para casa e vai para
casa da mãe onde, no seu quarto encontra um telefone fixo antigo, e é através
de telefone que começa a falar com o marido, mas com o marido de á 20 anos atrás.
É incrivelmente stressante para mim a maneira como ela passa
os primeiros dias a achar que é louca, que não pode ser. Ela tem tantas
teorias, e realmente é loucura que ela consiga falar com o marido do passado,
mas ao mesmo tempo, penso “o natal é a época dos milagres” ela têm um milagre nas
mãos, e é esse milagre que me faz amar o livro, conhecer o Neal, conhecer uma
Georgie diferente daquela, uma que está mais apaixonada pelo marido agora do
que antes.
É certo que detesto que ela só possa falar com Neal á noite,
quando chega a casa, mas também é certo de que a autora faz os melhores
Flashbacks de sempre, não são forçados, são fluidos, parece algodão doce a
derreter contra o céu da boca, e é assim que ela nos alimenta a curiosidade
enquanto Georgie trabalha.
No inicio chateio-me com Neal, porque ele não sabe o que
quer, está sempre num estado perpetuo de encolher de ombros e apetece-me
abana-lo, mas depois ele quase-não-sorri para Georgie e derreto-me, porque ao
mesmo tempo que me irrita por não saber o que quer da vida, conquista-me quando
sabe que quer Georgie, mesmo que não seja fácil. (ver página 125)
Pensamentos finais:
Os diálogos são fáceis,
fluem tão bem, e dás por ti a sorrir, mas no inicio encontrei alguns problemas
na leitura, porque perece-me que algumas palavras estão traduzidas no sitio
errado .
Estava sempre á
espera que o Neal aparecesse de verdade, e isso deixava-me ansiosa.
Existe um amor
unilateral no livro, mas de ambas as partes, porque no inicio da relação,
embora Georgie ame Neal, ele ama-a mais, e depois em 2013 parece-me o
contrario, e isso deixou-me intrigada, porque é estranho pensar que o amor
evolui e as vezes volta para trás.
No final fiquei surpreendida porque percebi que
o Neal não amava menos, estava só á espera que ela reparasse no que estava a
fazer a um amor tão bonito.
Adorei o livro,
foi uma prenda amorosa de uma das minhas maiores amigas, e estou-lhe muito
grata, é um livro lindo sobre o amor, e sobre como podemos viver em cima dele e
estar tão acostumados a ele que não lhe damos o valor que merece.
No final acho que lhe dou 4 estrelinhas, pela escrita, história
e mensagem que transmite.