Por um fio || Opinião

dezembro 21, 2016

Para alguém que não gostou lá muito do primeiro livro da autora em questão, eu diria que fiz a minha parte muito bem, e li todos os seus livros publicados em Portugal, e foi sem dúvida uma daquelas situações cómicas, porque quando não gosto muito de um livro não dou segundas oportunidades, mas neste caso AINDA BEM QUE DEI. Eleanour & Park foi tão triste, triste demais, mas depois Fangirl e Anexos foi tudo aquilo que eu queria de um livro leve, foram livros tristes na quantidade certa, amorosos, engraçados e com finais abruptos, todo eles, inclusive Por um fio.

O livro começa com Georgia a nossa miúda, com dificuldades em dizer ao marido que precisa de ficar em casa para o natal, e depois de repente o marido, Neal, já não está lá, saiu e levou as duas crianças para irem passar o natal como já tinham planeado, a casa de sua mãe.

Com esta primeira impressão, eu fiquei desconfiada do Neal. E Georgie fica de rastos, e aparece no trabalho (o seu trabalho é super fixe, ela escreve séries de TV) e tenta não parecer desesperada perante Seth, o seu melhor amigo, e que por acaso é a única coisa que faz com que ela e Neal tenham um casamento tão estranho, porque há sempre a sensação de que Georgie está a tentar balançar o tempo entre Neal e Seth.

O primeiro dia é passa-se com ela a tentar ligar para Neal, e com Neal a não atender, nessa noite ela é incapaz de ir para casa e vai para casa da mãe onde, no seu quarto encontra um telefone fixo antigo, e é através de telefone que começa a falar com o marido, mas com o marido de á 20 anos atrás.

É incrivelmente stressante para mim a maneira como ela passa os primeiros dias a achar que é louca, que não pode ser. Ela tem tantas teorias, e realmente é loucura que ela consiga falar com o marido do passado, mas ao mesmo tempo, penso “o natal é a época dos milagres” ela têm um milagre nas mãos, e é esse milagre que me faz amar o livro, conhecer o Neal, conhecer uma Georgie diferente daquela, uma que está mais apaixonada pelo marido agora do que antes.

É certo que detesto que ela só possa falar com Neal á noite, quando chega a casa, mas também é certo de que a autora faz os melhores Flashbacks de sempre, não são forçados, são fluidos, parece algodão doce a derreter contra o céu da boca, e é assim que ela nos alimenta a curiosidade enquanto Georgie trabalha.

No inicio chateio-me com Neal, porque ele não sabe o que quer, está sempre num estado perpetuo de encolher de ombros e apetece-me abana-lo, mas depois ele quase-não-sorri para Georgie e derreto-me, porque ao mesmo tempo que me irrita por não saber o que quer da vida, conquista-me quando sabe que quer Georgie, mesmo que não seja fácil. (ver página 125)

Pensamentos finais:
  
    Os diálogos são fáceis, fluem tão bem, e dás por ti a sorrir, mas no inicio encontrei alguns problemas na leitura, porque perece-me que algumas palavras estão traduzidas no sitio errado .

    Estava sempre á espera que o Neal aparecesse de verdade, e isso deixava-me ansiosa.
  
    Existe um amor unilateral no livro, mas de ambas as partes, porque no inicio da relação, embora Georgie ame Neal, ele ama-a mais, e depois em 2013 parece-me o contrario, e isso deixou-me intrigada, porque é estranho pensar que o amor evolui e as vezes volta para trás.

     No final fiquei surpreendida porque percebi que o Neal não amava menos, estava só á espera que ela reparasse no que estava a fazer a um amor tão bonito.

    Adorei o livro, foi uma prenda amorosa de uma das minhas maiores amigas, e estou-lhe muito grata, é um livro lindo sobre o amor, e sobre como podemos viver em cima dele e estar tão acostumados a ele que não lhe damos o valor que merece.


No final acho que lhe dou 4 estrelinhas, pela escrita, história e mensagem que transmite.










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