Enola Holmes Netflix Crítica

setembro 26, 2020

 Enola Holmes apresenta-nos um filme jovem, fresco, sedutor e onde a mulher fatal, não é tanto um aperitivo para ser devorado, mas a força catártica de toda a narrativa. Enola, ao contrário significa "sozinha" (alonE), mas de certa forma, todas nos sentimos representadas, nestes que têm sido tempos de ouro, na representatividade feminina em filmes de ação.

A meio de uma revolução feminina (alargamento do direito de voto às mulheres), somos deixados no seio daquilo que já foi a casa de família dos Holmes.  No seu aniversário, Enola Holmes, a irmã mais nova de Sherlock e Mycroft Holmes, vê-se, subitamente sozinha, quando a sua mãe desaparece. Para trás fica Enola, numa bolha de vivências muito pouco convencionais, para uma jovem senhora do século XIX. 

Este é um filme sobre o amadurecimento feminino, regado de ação mas com o tom descontraído que nos leva a deslizar pelas duas horas de narração sem qualquer problema. Enquanto assistimos à revolução de Enola contra as vontades dos dois irmãos mais velhos, precisamos de a ver decidir entre a sua missão de encontrar a mãe, ou ajudar aquele que pode ser um possível interesse amoroso, Viscounde Lord Tewksbury.

Enola é uma lutadora (em cenas mais do que suficientes, sustemos a respiração), mas mais do que isso, este filme traz-nos uma série de dilemas morais, entre aquilo que Enola deve e quer fazer. Uma das questões que mais vezes me passou pela cabeça foi a de "mulher fatal". Sabem? Aquele termo, para descrever uma mulher que se torna o calcanhar de aquiles de um homem, e que tão bem é barrado nas torradas de Hollywood?

Aqui acontece o oposto (e na minha humilde opinião, muito mais realista), em que, esta jovem mulher, gere o dilema de deixar de lado o seu objetivo, para ajudar um homem. E Enola mantém-se forte, de cada vez que nos achamos a escorregar para a ideia de romance, ela acorda-nos (falando diretamente para a câmara, como aliás se torna recorrente ao longo do filme). 

E claro, temos o nosso detetive de sempre, a fazer um papel raramente seu. Sherlock entra no filme como parte essencial de uma narrativa, onde é apenas um personagem secundário. Muito diferente do calculista e frio detetive de Sir.Boyle, este desliza no tom e até se ri, no final do filme.

Vale lembrar, que este não é um filme sobre Sherlock Holmes, mas sim inspirado nos livros de Nancy Springe. Não pensem encontrar aqui uma versão muito fiel de Sherlock, aliás eu nunca tive essa expectativa, já pelo titulo do filme, é viável que tal não aconteça. Não. Este filme, é uma brilhante forma de dar a conhecer ao mundo, mulheres em filmes de ação. Enola tornou-se, na minha opinião, um filme que qualquer jovem devia ver. 

Com um final feliz, livre, leve e solto, Enola acaba sozinha, mas a transbordar de orgulho, de si mesma, com a certeza de que passou a perna a Sherlock, que deixou Mycroft para trás, deu cabo de um assassino contratado, e conseguiu dizer que não e que sim, ao amor. 

Haaa! Fica aqui também o meu apreço pela banda sonora e guarda roupa! Excelentes!





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